terça-feira, 19 de outubro de 2010

Evento Camisu de Krioula 2010

Conhecerem a realidade sócio-econômica da mulher afro-brasileira é um trajeto essencial na compreensão de uma série de estigmas, preconceitos inerentes à sua própria condição de escravo-descendente.

A mulher afro-brasileira ocupa hoje, uma posição bem significativa dentro da sociedade brasileira, apesar de ainda perpetuar uma exclusão da mesma baseada na cor da pele e na origem étnico-cultural.

Apesar da realidade desta segregação, o mito da Democracia Racial tem sobrevivido nos discursos oficiais, vendido ao mundo pelas classes dominantes num ilusório processo natural de miscigenação pacífica e harmoniosa.

Hoje a mulher afro-brasileira acompanha as mudanças que acontecem no mercado, mudanças essas, que se transforma a cada dia em hábitos e costumes. Por ser uma figura contemporânea ela está sempre em busca de novas informações que venham a contribuir em sua formação cultural, religiosa, política e social.

As mulheres afro-descendentes de um modo geral, nos últimos anos alcançam cada vez mais, vários degraus e vem ocupando cargos de grande importância na sociedade brasileira.

Essa é a nova versão da mulher afro-brasileira em nossa sociedade, com um toque de sutileza e refinamento, a mulher afro-descendente do século XXI, quer mostrar o lado "Clean" de sua personalidade criando e acreditando nas oportunidades surgidas dentro do mercado brasileiro.

Tendo em conta a importância das expressões culturais, bem como de ter acesso a elas, de modo a favorecer o seu próprio conhecimento.

Reafirmando que a liberdade de pensamento, expressão, informação e comunicação, enfatizam o seu potencial para melhoria da condição da mulher dentro da sociedade.

Camisu de crioula ou de crioulo usado em vários segmentos da cultura, Baianas do Acarajé, Baianas de Pernambuco, Baiana das Escolas de Samba, completando o sinônimo de alegria e beleza mostrando as diversas expressões culturais em cada ponto do país.

Um dos grandes fatores que estão colaborando para implementação desta homenagem são as personalidades participantes desse evento, onde os mesmos são praticantes e ou simpatizantes da religião afro-brasileira e que possuem uma bagagem bem significativa da mesma e que através de seus conhecimentos, existe uma grande vontade de divulgar, mostrando e preservando as suas tradições e através desta dedicação contribuindo com a valorização da Cultura afro-brasileira.

O “Camisu de Krioula 2010” vem mais uma vez apresentar a diversidade das expressões culturais, em sua 2ª edição iremos homenagear as mulheres do Mundo do Samba, com todas suas gingadas, essas grandes mulheres que fazem parte da construção deste mosaico cultural, e é claro, como não poderia deixar de faltar às mulheres que representam a religiosidade da nossa cultura que chamamos de “Afro-Brasileira”.

Considerado um "ESTILO" dentro da religião camisu, uma referência de moda, desenvolvida pelas mulheres africanas na época do Brasil colônia, usada por varias gerações dentro e fora da religião transformações essas, que ao longo dos anos tornaram-se marcante e através de uma única peça de roupa, simboliza a religiosidade dentro de algumas religiões brasileiras mostrando a soberania e o poder matriarcal das mulheres brasileiras sem distinção de raça.

Com passar dos anos aprendemos com os nossos ancestrais que a figura feminina é lembrada em varias narrativa e passagens e pela nossa história, valorizando os conhecimentos adquiridos dentro da religião, passando de geração em geração, nos reportam a convivência do dia a dia com os orixás e a essência da religião afro-brasileira.

Sendo assim, a religião afro-brasileira de matriz africanas contribuiu com tais conhecimentos, para a formação cultural e histórica do Brasil.

Pretendemos manter essas narrativas vivas e colaborarmos para a preservação da cultura e religião afro-brasileira.

Venha e participe desta grande homenagem, feita a vocês "MULHERES" e convidar a todos que contribui com nossa cultura Afro-brasileira .

sábado, 11 de setembro de 2010

I Fórum de Moda e Cultura na Cidade do Rio de Janeiro

No I Fórum de Moda e Cultura na Cidade do Rio de Janeiro, que ocorreu na última sexta-feira, dia 3 de setembro, na Câmara Municipal do Rio, discutiu-se o valor da moda para a cultura e a indústria, visando com que o setor, um dos que mais emprega no Brasil e gera o quarto maior PIB do país, no futuro possa ser definitivamente reconhecido e valorizado, recebendo incentivos do governo para seu crescimento e aperfeiçoamento tecnológico e profissionalizante.


Na primeira mesa do fórum, onde foi discutida a Identidade Cultural e a Moda na Atualidade, estavam presentes Celina de Farias, vice-presidente do Instituto Zuzu Angel e coordenadora do curso de Design de Moda IZA/Estácio; Lucia Rebello, professora do curso de Design de Moda IZA/Estácio e membro do conselho do IZA, representando Hildegard Angel, que infelizmente não pôde comparecer, por motivos pessoais; Fátima Negrann, idealizadora e realizadora do evento; Gabriela Leite, coordenadora da Daspu; e Paulo Messina, vereador que presidiu a mesa.


Dentro do tema Identidade Cultural e a Moda na Atualidade foram discutidos o Selo de Qualidade da Moda Brasileira, o Fundo da Moda e as Instituições de Ensino.
Celina de Farias e Lucia Rebello


Nossa vice-presidente, Celina de Farias, ressaltou que eventos como esse provam para a sociedade a importância da moda. Em seu discurso, Celina apoiou a existência de um produto nacional que tenha um selo de qualidade. Isto é, com a globalização e consequente massificação de tendências, o consumidor tem diversas opções de escolha na hora da compra e obviamente ele irá escolher aquilo que atenda às suas necessidades, sejam relacionadas a valores financeiros, sejam relacionadas a questões de gosto, design e qualidade. Mas com o tempo, o consumidor tem se tornado cada vez mais consciente e exigente, comprometido com o mundo em que vive. Devido a isso, surge a necessidade de um selo de qualidade da moda nacional.


“O selo de qualidade é a forma dada, sobre representação gráfica da certificação conferida, àqueles que inscreverem os seus projetos a avaliação de qualidade a ser conferida por especialistas no campo especifico ao qual se destina – no caso, ao produto de moda”


No entanto, o Brasil ainda está distante de um selo de qualidade que tenha uma identidade própria, nacional, com foco em moda. E para alcançarmos esse objetivo, é necessário capacitar nossos profissionais, ressaltando que nesta formação haja o comprometimento com a qualidade e a valorização da cultura brasileira. Além de capacitar profissionais na área, deve-se investir em tecnologia no setor. A tradição também deve unir-se à tecnologia para que possam crescer juntas. Mas este crescimento deve estar aliado à sustentabilidade e ao consumo consciente.

Gabriela Leite, da Daspu, ressaltou que na cidade do Rio de Janeiro quase não existem instituições que apóiem cooperativas de moda. A coordenadora da Daspu disse que penou muito para encontrar apoio para sua cooperativa e é a favor de que haja mais parcerias com universidades para que estas dêem apoio técnico e de ensino a artesãos e costureiros, assim como o Instituto Zuzu Angel o fez.

Lucia Rebello, professora do curso de Design de Moda do Instituto Zuzu Angel/Estácio, disse que só quando conseguirmos unir a diversidade da moda brasileira, sem preconceitos, é que chegaremos a algum lugar. Ressaltou que o campo de ensino e pesquisa no Rio de Janeiro não dispõe de verbas o suficiente, pois o ensino de moda é algo muito recente. É necessário que haja apoio para que cursos e faculdades possam crescer e evoluir.

Lucia ainda leu o texto que Hildegard Angel, presidente do Instituto Zuzu Angel, escreveu para o evento. O texto lembra que a identidade da moda brasileira já estava presente desde a década de 70 nas criações de sua mãe, Zuzu Angel. Hildegard disse que deve haver investimentos em novos talentos da moda nacional e que é a favor da existência de um fundo nacional da moda que possa subsidiar as necessidades desta. A moda brasileira e a moda carioca devem ser apoiadas, valorizando todo o hibridismo cultural que as compõe. Deve haver uma continua busca pela identidade da moda brasileira, por sua profissionalização e crescimento.

Fátima Negrann, dona da marca Empório Afro Moda e  organizadora do Fórum, disse que este evento é a grande oportunidade de dar um salto na indústria da moda e no seu fortalecimento como setor cultural.


Afonso Luz, representante do Ministério da Cultura, fez um discurso magnífico onde ressaltou que o Artesanato, a Moda, o Design, a Arquitetura e a Cultura Digital devem ser reconhecidos como setores importantes, estando presentes em uma agenda cultural prioritária para o desenvolvimento da cidade do Rio de Janeiro. Citou que o Ministério da Cultura lançou uma nova versão do Fundo Nacional da Moda que está para ser aprovada junto com a reforma da Lei Rouanet . Afonso disse ainda que as classes c e d estão emergindo e consequentemente podem consumir mais, portanto é necessário repensar a democratização da moda. Citou a marca Havaianas como um bom exemplo dessa democratização: “Design brasileiro e simples que conquistou o mundo todo”. O secretário do MINC disse que daqui há 20 anos, por conta dos altos índices de densidade demográfica, a população jovem brasileira estará em plena atividade, consumindo e criando. Por isso, deve haver investimentos na área da moda desde já. É preciso reinventar as instituições de moda e profissionalizar o setor. O Brasil é que deverá exportar talentos e não precisar comprar talentos de fora. Mas para isso é necessário capacitar e investir em nossos talentos. A Copa do Mundo e as Olimpiadas que ocorrerão aqui são uma ótima oportunidade para “linkar” a Moda e a Cultura brasileira, mostrá-las para o mundo.
Afonso Luz


O vereador Paulo Messina ressaltou que o Rio de Janeiro não é uma cidade industrial, como muitos vem tentando transformá-la de tempos para cá. O Rio de Janeiro é uma cidade CULTURAL. E nada melhor do que investir na cultura e transformar nossa cidade por meio dela.

Luíz Fortunato, dono da marca Maison Fortunato e organizador do evento, disse: “Assim como a cultura está na moda. Chegou a hora da moda ser reconhecida como cultura.”

Eu Fátima Negrann dona da marca Empório Afro faço destas as minhas palavras e espero que o Fórum venha a contribuir a longo prazo para o crescimento do setor da moda brasileira.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Empório Afro, Moda, Cultura e Tradições Afro-Brasileiras

Com o objetivo de tornar pública sua coleção, a estilista Fátima leite como era conhecida na época lançou a grife Empório Afro, especializada em moda afro-brasileira e realizou no dia 1º de Julho de 1999, no Centro Cultural José Bonifácio, um desfile com roupas inspiradas nas vestes típicas da Nigéria e Costa do Marfim, tornando publica a sua etiqueta.

Hoje, trabalha inteiramente dedicada a cultura e religião afro-brasileira na área de idealização, produção e coordenação de eventos musicais, culturais e artísticos mostrando de forma única transformações e atualizações que a nossa cultura vem desenvolvendo ao logo dos anos de dedicação e mostra que essa cultura que se faz presente em nosso dia a dia.